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O Coelhinho e o Natal

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Estávamos no início do Outono quando nasceu uma ninhada de coelhinhos da Mamã Cauda Fofa. Eram sete coelhinhos, entre eles, um muito especial com duas manchas escuras ao redor dos olhos e uma lista castanha nas costas. Era o coelhinho Timóteo. À medida que o coelhinho crescia ficava cada vez mais e mais curioso, sempre a cheirar tudo ao seu redor.
Com a chegada do Inverno os campos ficaram cobertos de neve e o coelhinho Timóteo resolveu explorar para os lados da quinta do Sr. Francisco, uma vez que a sua mãe nunca o deixava lá ir, pois dizia que era um sítio muito perigoso. À entrada da quinta encontrou uma cerca de madeira e saltou por cima. Ao olhar de perto para a janela da casa reparou que estava toda decorada com uns enfeites vermelhos e dourados, ao redor da casa haviam umas luzes coloridas que piscavam e cá fora estava uma árvore cheia de fitas brilhantes e outros objectos coloridos. O coelhinho estava muito intrigado com aquilo porque nunca tinha visto nada parecido em toda a floresta.
Uns saltinhos mais à frente sentiu o cheiro de uns animais que não conhecia e resolveu investigar. Chegou-se perto da vaca e perguntou-lhe:
- Olá.
- Muuuu. Quem és tu e o que fazes aqui?
- Eu sou o Timóteo e vim aqui ver a quinta.
- Eu sou a Vaca Mimosa. É melhor teres cuidado porque se o Sr. Francisco te apanha, estás em maus lençóis.
- Oh Mimosa, diz-me uma coisa, toda a quinta está decorada com uns enfeites dourados, vermelhos, verdes e prateados, eu nunca vi nada assim na floresta. O que é isto tudo afinal?
- É o Natal. Os humanos em chegando a Dezembro enfeitam toda a casa com estas coisas.
- Natal? Eu nunca ouvi falar nisso, podes-me explicar o que é?
- Não te sei explicar muito bem, só sei que durante esta altura as pessoas andam sempre a assobiar músicas e estão sempre felizes. E lá quase para o fim do mês, vêm-me tirar muito leite e levam lá para dentro, passado algum tempo, sinto o cheiro de comida que está a ser cozinhada com o leite que me tiram. Acho que é só uma altura em que eles gostam de comer muito.
O Timóteo estava muito baralhado. Enfeitam a casa toda e comem muito? Mas que coisa estranha. Um pouco mais ao lado reparou que haviam algumas galinhas, e foi ter com elas, com a esperança de que talvez elas lhe soubessem explicar o que era o Natal.
- Olá Sr.ª Galinha. Eu sou o coelho Timóteo. Pode-me explicar o que é o Natal?
- O Natal? Eu não sei explicar o que é, só sei que há uma altura em que vêm cá mais que uma vez por dia, ver se pusemos mais ovos. Assim que vêm mais um ovo levam-no logo para a cozinha. Vai perguntar ali ao peru Gluglu, pode ser que ele te saiba ajudar.
- Olá Sr. Peru. Por acaso sabe-me dizer o que é o Natal?
- NATAL? AH! – Gritou o peru com um ar de desespero. É uma coisa que deve ser horrível, pelo que me contaram, parece que todos os anos está sempre cá um peru diferente. Chega-se aquele dia que é muito especial para eles, levam o peru e nunca mais ninguém o vê... Eu estou aterrorizado! Estou até a elaborar um plano de fuga. Queres-me ajudar?
- Err.... Não, não, eu não estou a pensar fugir.
- Oh, pena... Mas experimenta perguntar ao Pato Patui. De certeza que ele sabe mais do que eu. Boa sorte.
- Obrigado.
Como o peru não o consegui ajudar, foi perguntar ao Pato Patui.
- Olá senhor Pato. Sabe o que é o Natal?
- Natal? Eu não quero saber nada disso, sei que há um dia em que aparece aqui muita gente, com humanos pequenos e tudo e esses começam a assustar-me e a correr atrás de mim. Seja aquilo que for, eu não gosto. Pergunta ali ao cão Caracol.
Os cães, Timóteo conhecia, e sabia que podiam ser perigosos, a sua mãe já o tinha avisado, por vezes eles correm atrás dos coelhos para os apanharem. Mas aquele cão dormia pacificamente ao pé dos degraus da casa, tinha um longo pelo encaracolado e já parecia ser um pouco velho.
- Senhor cão....
- Mmmm, quem é? – O cão abre um olho e fecha-o em seguida.
- Eu, eu... eu gostava de saber o que é o Natal.
- O Natal... o Natal, é... olha, não me lembro. A minha memória já não é o que era dantes. Acho que é uma festa em que as pessoas fazem muito barulho e não me deixam dormir. Pergunta mas é ao cavalo Alfredo, há sempre um dia em que o Sr. Francisco leva a carroça cheia de embrulhos, uns grandes e outros mais pequenos, mas eu não sei porquê. Vai-lhe lá perguntar, que eu estou com muito sono e quero dormir.
Chegando-se ao pé do cavalo Alfredo, Timóteo estava um bocadinho receoso, com aquela criatura tão grande.
- Escusas de ter medo. – Disse o cavalo.
- Desculpe, eu não queria incomodá-lo, mas eu estou curioso com uma coisa e os outros animais disseram-me que talvez o senhor me pudesse ajudar.
- Queres saber o que é o Natal, não é?
- Como é que sabe? – Perguntou o coelhinho com um ar admirado.
- Todos os anos aparece aqui na quinta um animal curioso, assim como tu a fazer perguntas sobre os hábitos estranhos dos humanos. Tu deves ser filho da Cauda Fofa, certo?
- Como é que sabe o nome da minha mãe?
- Eu conheci a tua mãe muito antes de tu nasceres. E tu és muito parecido com ela. A tua mãe também era muito curiosa. Acho que o melhor que tens a fazer é voltares para casa e perguntares-lhe o que é o Natal. Ela vai-te contar a história completa.
- A minha mãe? Ela sabe o que é o Natal?
- Sabe sim, vai já a correr para casa antes que fique de noite!
- Vou pois! – Disse o Timóteo com um ar apressado.
O coelhinho correu o mais depressa que consegui até à sua toca. Ao chegar perguntou com um ar ofegante:
- Mãe, o que é o Natal? O cavalo Alfredo disse que tu sabias o que era o Natal. Diz-me o que é o Natal!
- Calma Timóteo, estou a ver que andaste a passear pela quinta do Sr. Francisco e que falaste com o Alfredo. Estou a ver que temos de ter uma longa conversa.
E assim, todos juntos no aconchego da toca, Timóteo e os seus irmãos ouviam atentamente a história do Natal, sobre o menino que nasceu, a estrela cadente, os reis magos e os presentes. Naquela altura Timóteo percebeu que o Natal, não era aquilo que os animais da quinta diziam, sobre a comida, os presentes e os enfeites, mas que acima de tudo era o convívio com a família e o amor e a união que deve fazer parte da nossa vida. Naquela altura, na sua toca acolhedora, junto com a sua mãe e os seus irmãos, Timóteo sentiu que estava a ter o seu Natal. Repletos de alegria e de felicidade abraçaram-se todos com entusiasmo e amor, até que... alguém bate à porta. Quem seria? O espanto pairava no rosto de todos. A mamã Cauda Fofa abriu a porta e chamou por Timóteo.
- Timóteo, filho, está aqui alguém que te veio visitar.
Era o peru Gluglu. Parece que este ano o Natal na quinta do Sr. Francisco ia ser sem peru.


1 comentários:

CONTOS E ENCANTOS disse...

Que história mais lindinha!!! Vou contá-la para as crianças da minha cidade. Eu sou a Fada do Natal"